quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Feliz Natal



Não me vou por com lengalengas sobre o Natal, que é lindo, perfeito e maravilhoso. A verdade é que o Natal é uma das épocas mais tristes do ano para muita gente, há que ter a noção disso.
 
Portanto vou apenas pedir-vos para fazerem um pequeno "exercício" este Natal. Não finjam sorrisos só para que os outros vejam. Lá por ser Natal não significa que os problemas se apaguem, e todos sabemos disso.
 
No entanto, e agora não me venham vocês com lengalengas, há sempre algo, quando olhamos para trás, que nos faz sorrir e pensar que realmente a felicidade são aqueles pequenos momentos que podemos guardar na caixinha da nossa memória para quando precisamos de um pouco de luz. Peguem nessa caixinha, abram-na com cuidado, e partilhem-na com aqueles com quem vão estar este Natal.
Porque, apesar de todo o consumismo, o Natal é aquele pequeno momento que, no final do ano, podemos aproveitar para estar com aqueles que nos são queridos e mostrar-lhes o quanto são importantes para nós, independentemente da religião e das nossas crenças.
E assim, se tiverem a vossa caixinha à mão e a partilharem, de certeza que, apesar dos problemas do quotidiano, haverá espaço para muitos sorrisos durante este Natal.
 
 
E é isso que vos desejo, muitos sorrisos.
Beijinhos e canela (chocolate para quem não gosta) para dar sabor.



Seraphine.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Lousã


I miss photography a lot.
Vou voltar às cores :D

sábado, 13 de dezembro de 2008

O que desconheço: a casa. O modo como a encontrei de noite
As formas das coisas que vi quando observei a transparência
O vidro no fogo sofrendo a forma que o vai quebrar
(Vi que ainda existe é inteiro)

Digo-o porque mo revelaram: uma é a claridade
Do sol. Outra a claridade da lua e outra a claridade
Das estrelas. Há ainda diferença de estrela para estrela
Na claridade. (Vi
Que tudo era igual à ressurreição dos mortos)

O que procurei: a claridade da morte
Ou precisando - se se pode regressar pelo mesmo
Caminho que se toma para casa

O que medito (na cela nocturna);
As diferenças da luz da candeia no homem
Quando desce

O que mais recordo: os degraus


Daniel Faria

domingo, 7 de dezembro de 2008

Em resposta à menina que guarda o mundo na sua mão...

1. Colocar uma foto individual













2. Escolher um artista/banda

Diana Krall

3. Responder às seguintes questões somente com títulos de canções ao artista/banda escolhido:

- És homem ou mulher? The girl in the other room
- Descreve-te: All or nothing at all
- O que é que as pessoas pensam de ti? They can't take that away from me
- Como descreves o teu último relacionamento? I don't know enough about you
- Descreve o estado actual da tua relação: Let's fall in love
- Onde querias estar agora? Fly me to the moon
- O que pensas a respeito do amor? Wonderful
- Como é a tua vida? Let's face the music and dance
- O que pedirias se pudesses ter um só desejo? I've changed my address
- Escreve uma frase sábia: Just the way you are

4. Escolher 4 pessoas para responder ao desafio sem esquecer de os avisar

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008



En mi corazón miro la lluvia, en tu piel deseo el sol.

Las palabras me inundan
los ojos, cuando
tu boca me canta los días y las noches
llenas de estrellas.

No puedo decir que 
el amor nace de una sonrisa, pero
en tu cara se dibujan los sueños de los niños.


Yo soy una niña que solamente desea soñar.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Saiam da frente...

Estou com a lua!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008




Se te apreendessem minhas mãos, forma do vento
na cevada pura, de ti viriam cheias
minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses
em minha espuma,
que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?
- No entanto és tu que te moverás na matéria
da minha boca, e serás uma árvore
dormindo e acordando onde existe o meu sangue. 

Beijar teus olhos será morrer pela esperança.
Ver no aro de fogo de uma entrega
tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus
será criar-te para luz dos meus pulsos e instante
do meu perpétuo instante.
- Eu devo rasgar minha face para que a tua face
se encha de um minuto sobrenatural,
devo murmurar cada coisa do mundo
até que sejas o incêndio da minha voz.


Herberto Helder

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nos ombros o peso do mundo.


sábado, 25 de outubro de 2008



Caíram-me todas as estrelas dos olhos quando finalmente vi o que já não sou.
Mas porquê deixar de ser por quem nunca me soube a cores?

Há mundos em que o preto e branco não tem luz.
 (mesmo que secretos)





"There is so much more in love than black and white..."

segunda-feira, 20 de outubro de 2008



Das dores que se me apagam nos olhos
trago-te o beijo com veneno

o teu veneno

E em Vénus murcham as flores
que um dia cantaste nos meus lábios

...ou dizias que cantarias

já não sei se eras tu que
me alimentavas a chama de sabores
ou se era eu que os pintava nos sonhos

sei que aos meus olhos eras meu,
que nos meus olhos és meu.

não são os mesmos os odores
que criávamos em dueto,
as promessas que já duvido 
se alguma vez existiram

mas todas as noites te sussurro
em segredo
antes de adormecer,
na quase inconsciência abandonada
que te quero

...te quiero.

e as palavras que me nascem dos dedos
desde que te soube
têm os teus traços.


Seraphine.

domingo, 19 de outubro de 2008



sorri para mim
como a luz 
da lua
prateada

num nenúfar encantado


Seraphine.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

No Fundo Aberto



Escrevo-te enquanto algo resvala, acaricia, foge 
e eu procuro tocar-te com as sílabas do repouso 
como se tocasse o vento ou só um pássaro ou uma folha. 
Chegaste comigo ao fundo aberto sob um céu marinho, 
sobre o qual se desenham as nuvens e as árvores. 
Estamos na aurícula do coração do mundo. 
O que perdemos ganhamo-lo na ondulação da terra. 
Tudo o que queremos dizer sai dos lábios do ar 
e é a felicidade da língua vegetal 
ou a cabeça leve que se inclina para o oriente. 
Ali tocamos um nó, uma sílaba verde, uma pedra de sangue 
e um harmonioso astro se eleva como uma espádua fulgurante 
enquanto um sopro fresco passa sobre as luzes e os lábios. 


António Ramos Rosa

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sonho

Em resposta ao comentário no "Noite-dia"...

Sonho


Voz quente. 
Oiço-te numa aparição absurda
dentro de sonhos débeis.
Viajo no vapor de uma lenda
e restauro-me
no meu sono cristalizado.

Não me acordes.

Morri,
vezes sem conta,
na cumplicidade de um olhar.
Renasci
nas mãos frágeis de um amor conhecido,
num sorriso
disperso em mil bocas.

Sonho... sonho e volto a sonhar,
nesta noite tranquila e eterna.
Sou semente e sou fruto,
sou o sangue transparente
que corre nas asas de um anjo.

Não me peças para abrir os olhos.

Procura-me, sonha comigo.
Sê sol, que eu sou lua.

E só assim o sonho perdura.


Seraphine

domingo, 12 de outubro de 2008


...e num tremer de luas tento afastar-te de mim, da fotografia a preto e branco que deixaste abandonada no meu coração.

sábado, 11 de outubro de 2008

O Sonhador




Agora,
ele já não sonha,
as pálpebras estremecem, 
é noite outra vez,
o coração fecha todos os portos, todas as
portas,
e, no reverso de cada página,
somam-se cicatrizes, escombros,
muitos navios sem leme, sem âncora,
naufragados,
sem os espelhos que um dia, nos mares
entre o norte e o sul,
o viram contemplar, na inquietação das
vagas,
um rosto aflito que já nada dizia.


José Agostinho Baptista

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Noite-dia



As luzes negras florescem
do barro
abandonado no jardim

as folhas secas, cor
violino
música fúnebre que
se desgasta

num poema cantado
pelos pássaros.

Vagueiam sombras de
memórias, amores
perdidos nas águas
de uma fonte já seca.

Os elementos que se quebram
nos olhos cegos do passado.

Uma criança que cai na terra,
o grito agudo que se perde na voz.

O vento
que abafa o som das lágrimas.

Acorda: és Outono que morre, 
Inverno que seduz
as gotas de orvalho adormecidas
na árvore.

A criança levanta-se. Está tudo bem.

A chuva limpa
os vestígios de lama
(ou serão de dor?)

e um sorriso que renasce de uma
inocência que não conhece a face
mais fria do tempo.


O grito agudo que se perde na voz.


Seraphine.